Dias de paz, onde é que estão?

Quando a gente compôs DIAS DE PAZ não tínhamos ideia de que ela descreveria tão bem sobre os dias que, infelizmente, estão sendo noticiados em todo lugar. A letra dela foi inspirada no livro O ESTRANGEIRO, de Albert Camus, e traz muito uma questão de inadequação e de não pertencimento.

Nesse mundo tão desordeiro, me sinto longe, um estrangeiro.”

Mas com a notícia brutal do início da guerra entre Ucrânia e Rússia, revisitamos a letra e encontramos muitas questões sobre esse momento atual. O mundo ainda está lutando para dar adeus a uma pandemia que já dura dois anos, estamos todos lidando com incertezas, onde as pessoas estão reconstruindo seus mundos dentro de suas casas, e sobrevivendo a um destino a ser redescoberto e reconquistado a todo instante.

“Dias normais não são como antes. Disse alguém que vendia sonhos.”

Além do livro de Camus, a letra teve como inspiração outras guerras, as do nosso dia a dia, como a guerra da informação, onde somos vítimas da disseminação de fakes news, sem contar as guerras como, a violência urbana, racismo, entre outras.

“E só depois as notícias correram. Sem saber o que foi verdadeiro.”

DIAS DE PAZ fala sobre os dias que passam por nós quase despercebidos e sobre essa desconexão crônica nas relações justamente quando estamos tão conectados a tudo. Há um excesso de (des)informação, num momento de grande crise econômica, desigualdade social enorme e o ser humano em exaustão, tentando achar razões plausíveis para o caos que estamos vivendo.

Já não se importam mais com coisas simples. Hey, como vai você?

A música é um convite à reflexão sobre tudo isso e fala também sobre como as coisas simples, que estão ao nosso alcance, como escutar o outro, sorrir para o outro, têm o poder de tornar os dias em dias de paz.

Que, em breve, os dias sejam melhores. E, claro, de paz.